As nuvens abrem um caminho estranho no céu, cortam relações com o ar e algumas ficam asfixiadas e morrem, caem sob a forma de precipitação; mas o que nunca ninguém vai perceber é que estas são as lágrimas do paraíso, nunca ninguém pensa nas dificuldades que o universo pode estar a viver, o egoísmo afecta qualquer cabeça…mas não a dela. Os seus cabelos negros selvagens voam ao sabor do vento e largam o aroma tão próprio, jamais em algum lugar, em tempo algum, tal essência viajará pelos confins do mundo; arrastam com eles as lembranças do que outrora foi ouro na vida daquela menina, agora mulher, criada sob os seus seios maravilhosos e um útero criado à semelhança donde esteve, agora activo, agora propício a possíveis histórias amorosas, seguro pelas formas lindas de mulher, sustentadas na maior graciosidade que alguma vez a história da humanidade criou.
O céu continua a desenhar formas estranhas no seu corpo, mas ela parece não reparar. São presságios de um futuro brilhante à sua frente. Basta rodar a íris em direcção ao sol e ver a cegueira de perto, ver o que não dá para ver, perceber que não dá para prever o futuro antes de passar por ele, e já que prever o passado é complicado, deixemo-nos levar como uma rodela de limão numa bebida alcoólica impune e sermos bebidos por uma boca adulta.
Deixar o cigarro aceso perto do cinzeiro, procurar um disco vinil, a música favorita, e espetá-lo no gira-discos. Saborear o fumo e a música com aquele barulho por trás, como se estivesse a sair do coração, distorcida por passar de dentro da pele para fora e viajar literalmente para o prazer, esse mundo distante e separado das gentes por um clique é a receita ideal para quem não é egoísta. Pobre mulher, ainda tão nova e já preocupada com a fome que ataca os amigos mais próximos e, até no amor, este ser intocável ousa não ser egoísta. Não quer ter, mas dar prazer, e somente dá-lo.
Os seus olhos cor de avelã são, talvez, os que mais viram neste mundo e, mesmo assim, abraçam a vida com toda a força que têm. É um exemplo de vida, um tesouro, uma amizade escondida num sótão, um vinil de raridades dos nirvana, uma peça de adorno, um gelado de menta, uma caixa de música, uma carta de amor antiga. Criada numa noite de Outono, um verdadeiro dia em que os raios de sol penetraram o útero divino da mãe, enquanto as árvores envelheciam e muita gente morria, muitas outras estavam a ter o maior dos orgasmos, o milagre Nahiresco, assentado sobre a linha do horizonte, criado em direcção ao mar, à terra do nunca e ao sempre. Neste momento as linhas do tempo misturaram-se e trouxeram ao mundo o que de mais belo fora criado, misturado com as linhas do contemporâneo e do antigo sob a pedra mármore. Cálice de sangue divino, vertido no seu colo uterino precioso. Ela não morre.
O céu continua a desenhar formas estranhas no seu corpo, mas ela parece não reparar. São presságios de um futuro brilhante à sua frente. Basta rodar a íris em direcção ao sol e ver a cegueira de perto, ver o que não dá para ver, perceber que não dá para prever o futuro antes de passar por ele, e já que prever o passado é complicado, deixemo-nos levar como uma rodela de limão numa bebida alcoólica impune e sermos bebidos por uma boca adulta.
Deixar o cigarro aceso perto do cinzeiro, procurar um disco vinil, a música favorita, e espetá-lo no gira-discos. Saborear o fumo e a música com aquele barulho por trás, como se estivesse a sair do coração, distorcida por passar de dentro da pele para fora e viajar literalmente para o prazer, esse mundo distante e separado das gentes por um clique é a receita ideal para quem não é egoísta. Pobre mulher, ainda tão nova e já preocupada com a fome que ataca os amigos mais próximos e, até no amor, este ser intocável ousa não ser egoísta. Não quer ter, mas dar prazer, e somente dá-lo.
Os seus olhos cor de avelã são, talvez, os que mais viram neste mundo e, mesmo assim, abraçam a vida com toda a força que têm. É um exemplo de vida, um tesouro, uma amizade escondida num sótão, um vinil de raridades dos nirvana, uma peça de adorno, um gelado de menta, uma caixa de música, uma carta de amor antiga. Criada numa noite de Outono, um verdadeiro dia em que os raios de sol penetraram o útero divino da mãe, enquanto as árvores envelheciam e muita gente morria, muitas outras estavam a ter o maior dos orgasmos, o milagre Nahiresco, assentado sobre a linha do horizonte, criado em direcção ao mar, à terra do nunca e ao sempre. Neste momento as linhas do tempo misturaram-se e trouxeram ao mundo o que de mais belo fora criado, misturado com as linhas do contemporâneo e do antigo sob a pedra mármore. Cálice de sangue divino, vertido no seu colo uterino precioso. Ela não morre.