quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Notas


Fechar a janela e abrir a porta. Não. Na minha vida seria mais provável acontecer o contrário, porque a porta está sempre fechada e a outra está aberta para os olhos verem o que o corpo não prova. Provei o que tinha para provar e o resto apodreceu com o tempo. Esse macabro é um farol, uma coisa que só vemos nos filmes e nos sonhos e…ao qual associamos horas com conotações arrojadas.
Portanto, abri a janela. Senti o vento bater-me na cara, como se estivesse a passear na rua sem horas para voltar. Fiz de conta que tinha imensos problemas, porque pensar em fazer de conta é mandar-me para os meus tempos de criança. Brincava que a vida era a brincar, pois achava que o mundo me tinha reservado algo de muito grande, muito mesmo. Afinal, deu-me a imaginação para minha própria consolação. E, mais uma vez imagino que tinha razão. O mundo deu-me mesmo o que queria.